BFFs

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
 
 
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Eu comecei a assistir Friends quando eu tinha dez anos. E nunca mais parei. Diariamente, passar aquela meia hora com Rachel, Ross, Pheebs, Monica, Chandler e Joey é uma rotina religiosamente cumprida. Uma década depois, eu já passei por tanta coisa. Não existe mais em mim nenhuma semelhança com aquele garoto magrela de dez anos (talvez o fato de eu permanecer magrela). A mesma mudança é clara em Friends. Dos cabelos e figurinos às piadas e situações, tudo foi mudando.

Para mim, a série começou a desandar quando a Rachel ficou grávida. Não, na verdade, aquilo não foi nada comparado com o romance esdrúxulo que ela iniciou com Joey. Não poderia haver idéia pior na história do que juntar Rachel e Joey. Triângulos amorosos nunca funcionam em séries de televisão, a não ser em dramalhões mexicanos ou comédias absurdamente escrachadas. Mas mesmo assim a série manteve seu charme, principalmente pela garra daqueles seis atores fantásticos. Aquelas seis primeiras temporadas, a melhor coisa na história da TV, seguraram as pontas até o fim. Aquela última cena, o apartamento de Rachel e Monica completamente vazio, é inesquecível. O fim de uma era.

E parece que a maldição de Friends está começando a existir. Todo mundo já ouviu falar na maldição de Sielfeld, aquela praga que impede os atores de conseguirem fazer algo que dê sucesso de novo. Matt LeBlanc foi o primeiro a se aventurar. Na verdade, a aventura não foi tão exuberante assim, porque o personagem era o mesmo. Para mim, jogar Joey em Las Vegas, longe dos outro cinco, nunca poderia dá certo, mesmo que a série fosse até boa. A Lisa Kudrow foi, nesse quesito, a que mais brilhantemente conseguiu se separar de sua personagem em Friends, quando embarcou em The Comeback, para a HBO, uma fantástica série onde ela interpretava brilhantemente uma atriz em decadência lutando com unhas e dentes para retornar ao topo. Era, ao mesmo tempo, um retrato perspicaz e degradante do sistema de Hollywood e uma divertidíssima crônica da vida de uma atriz com mais de 40 anos. E Lisa estava excepcional em cada segundo de série. Infelizmente, a América ainda não estava pronta para esquecer Pheebs completamente.

Mathew Perry enfrentou o mesmo problema ao encarar Studio 60 on the Sunset Strip, uma série muito boa, mas que não agradou o público americano e acabou cancelada. Foi difícil até para mim ver o eterno Chandler encarar um personagem sério, e Mathew não é ator suficiente para conseguir se desvencilhar por completo daquela imagem. Quem realmente enfrentará esse problema é David Schwimmer, e o pior é que ele realmente acha que tem talento para drama. Até agora não fez nada digno de nota depois de Friends. A Courtney Cox estreou uma série nova, Dirt. Ainda não vi, mas parece ser boa. Resta saber se sobreviverá a maldição Friends. A única que parece estar indo relativamente bem é a Jeniffer Aniston, com alguns sucessos cinematográficos under her belt. Mas acho que caso ela tentasse algo na TV, o destino não seria muito promissor. É a maldição... a maldição.

Mas isso é o de menos. O importante é que esses seis excepcionais atores construíram seis personagens que ultrapassam a barreira televisiva, deixando de serem personagens. Eles podem até nunca mais voltar a fazer algo de sucesso, o que seria uma pena, mas pelo menos estão imortalizados na pele de seis amigos levando a vida em Nova York. Suas confusões, erros, acertos, casos, brigas, beijos, e tudo mais que fizeram durante aqueles dez anos estarão pra sempre aí, e continuarão a divertir e cativar gerações e gerações.
 
 
comentários: 3 Postar um comentário

Ahhhhhh como eu amo Friends!
Mesmo tendo as 10 temporadas em DVD eu assisto direto as reprises intermináveis da Warner.

Eu adorava a Studio 60, achei que o Mathew Perry estava ótimo. Era uma comédia de estilo completamente diferente do que ele fazia antes. Malditos americanos que não assistiam!

E a Dirt, da Courtney Cox foi cancelada também (só teve 2 temporadas). Agora ela vai fazer participação em Scrubs. É esperar pra ver como vai ser.

coitada da courtney cox... estou falando, é a maldição... a maldição...

Cara, nem fala... Também comecei a assistir Friends mais ou menos com a mesma idade. Na ´poca não tinha nada com que me identificar com 6 jovens recém-adultos começando em seus empregos e ta.

E mesmo com o fim da série, eu continuo assistindo diariamente. Mesmo que a Warner mude os horários a cada mid-season de suas séries... Enfim, mesmo com o tempo, continuo assistindo e agora me acho cada vez mais parecida com um pouquinho dos 6.

As loucuras, as piadinhas sarcásticas, o medo do primeiro emprego, as dúvidas... É tudo o mesmo, não só pra eles e as constantes repetições, mas pra qualquer um que esteja prestes a passar por isso também.

Nossa, ficou um super comentário esse...

 
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