Ressuscitação

quinta-feira, 12 de março de 2009
 
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Como o Poderoso Megazord foi destaque da aula de Jornalismo Cultural na turma de 2008/2 (sendo inclusive citado como bom exemplo pelo professor para a turma deste ano) ele não poderia ser esquecido. Só acabaremos no dia que o American Idol for cancelado (NUNCA! Ahá!).

Agora, por puro prazer, o blog voltará a falar sobre tudo de mais inútil que passa na tv com comentários muito mais picantes, malvados e preconceituosos. Com mais uma nova integrante, eu mesma, falaremos sobre as novas temporadas, as novas brigas e os novos cortes de cabelo das celebridades.

Preparem-se.
 

O novo Barrados...

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
 
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Essas duas varetas são protagonistas da nova versão de 90210. Sim, para os que não sabem: fizeram uma nova versão. “Para que criar, se podemos copiar?” é o novo lema da CW, que está até preparando um spinoff de “Melrose Place” – como se uma vez já não tivesse sido (deprimente) o suficiente! Parece que estão tentando a todo custo reviver a época de ouro de Aaron Spelling, tarefa que a filhinha Tori “tenho-um-pênis” Spelling obviamente não conseguiu levar adiante – o que seria realmente bem difícil com suas únicas 3 células cerebrais. Newsflash: not gonna happen. Podemos não ter ficado mais inteligentes com o tempo, mas curtimos um tipo totalmente diferente de estupidez agora.


O novo 90210 é essencialmente igual ao primeiro, apoiando-se na trindade sagrada das séries e novelas adolescentes: drogas, sexo (ou falta dele) e “daddy issues”. Mas isso, obviamente, seguindo a máxima dos celulares da LG: capinhas diferentes para a mesma merda de sempre. Eu, como observadora sagaz, dei-me ao trabalho de listar algumas das aparentes diferenças da série nova para a original:


O vestuário: calças balonê e topetes não são exatamente epítomes do século XXI

A trilha sonora: Double U e Salt ‘n Peppa já devem estar mortos ou correndo atrás de seus próprios Reality Shows. P.S básico para o fato de que até Vanilla Ice fez seu programa, no qual tenta rap his way back to fame, mas, como era de se esperar, falha miseravelmente. É, Vanilla Ice, sabemos agora o que não se sabia há 15 anos: você não tem talento. Pelo menos evoluímos em ALGUM sentido.

Corte de custos: já que a produção não parece ter dinheiro para alimentar seus atores. Acho que eles viram que a audiência não estava lá aquelas coisas e decidiram que aquela história de lanchinho no set e ticket-alimentação era para fracos, e que as atrizes deveriam abdicar das coisas materiais como comida e se dedicar à redenção espiritual.

Cumprimento de cotas: Em vez dos gêmeos arianos, temos um par inter-racial com Dixon – filho negro adotado. Ah, além de um indiano muito óbvio. Acho que a tentativa de se mostrar “politicamente correta” seria mais sutil se mudassem o nome da série para “90210 - o CEP da tolerância racial”.

Sensualidade: Não, o adolescente norte-americano do século XXI não está mais contente em saber que existe sexo; ele precisa ver para crer! Logo nos primeiros 10 minutos de série, temos uma insinuação nada discreta de felação no estacionamento da escola – porque todo mundo sabe que isso nada diz “adolescência” como práticas sexuais em ambiente escolar logo depois do café-manhã.


A pior parte é que nada disso me impede de baixar religiosamente os novos episódios da série. Realmente, em se tratando de televisão, eu não tenho qualquer tipo de critério.

 

Olho Gordo

 
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Sempre achei programa de culinária muito dona-de-casa para a minha cabecinha. Aquela coisa da Ana Maria Braga de apertar ímãs e entrar embaixo da mesa, ou até mesmo o jeito Martha Stewart lavo-passo-cozinho-decoro-e-ainda-arranjo-tempo-para-ser-encarcerada de ser, sempre me pareceram muuuuuuuito distantes da realidade. Isso até surgir o GNT e iluminar minhas outrora insossas tardes (han, han, sem gosto, programa de culinária, captaram o trocadilho?) com seus programas dolorosamente apetitosos. O GNT, na realidade, tem uma certa orientação gastronômica, com série de programas do gênero: o do Olivier Anquier, o "Cozinhar é simples", o "Menu Confiança", o "Comida.org", o "Mesa para dois" e os vários da Nigella, do Jamie Oliver e do Ramsay.

Mas são esses 3 últimos, integrantes do que eu gosto de chamar da "tríade maléfica from U.K", que são especialmente legais. Tanto porque possuem apresentadores absurdamente competentes e carismáticos - o Ramsay de um jeito mais "anticristo cavaleiro do apocalipse" - quanto pelos formatos interessantes e fora do lugar-comum dos programas de mulherzinha habituais.

Jamie Oliver:


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Aquele loirinho fofo de queixo furado é quase um golpe baixo. A idéia de colocar uma criatura fofa dessas e ainda combinar seu adorável sotaque britânico com uma língua presa simplesmente não tinha como dar errado. Ele, sozinho, já dá gosto de assistir (ahn, ahn, gosto, comida, entenderam?). Mas, vontade de apertar aquela coisinha meiga à parte, o programa é muito bem-feito. Jamie é didático, mas sem agir como se fôssemos retardados (tá que eu não sou exatamente Stephen Hawking com uma colher-de-pau na mão), obviamente habilidoso e introduz uma cozinha sofisticada de modo "acessível". O acessível aqui vem entre aspas porque eu aprendi do jeito difícil que você não pode simplesmente chegar no açougue do seu Manoel e negociar aquele pedação de "kobe beef" por 15 reais.

Mas tudo é razoavelmente fazível, e ele faz parecer simples oferecer um jantar elegante. Se é realmente fácil eu não saberia dizer, simplesmente porque nunca tentei. Afinal, incinerar meu gato tentando flambar um suflê não é exatamente minha idéia de sábado à noite, mas enfim... Talvez uma pessoa com um mínimo de destreza na cozinha não veja tantas dificuldades. Há ainda outro formato de programa, também com o Jamie Oliver, no qual acompanhamos o lançamento de seu restaurante e ele treina um monte de cozinheiros sem jeit... Digo, sem formação culinária, para virarem assistentes de cozinha. É quase interessante. Mas prefiro o formato mais "tradicional". Recomendo o episódio em que ele faz comidas tipicamente brasileiras, como, duh, feijoada e caipirinha. Ah, e "bonito de bácula"! Ou, para nós brasileiros: bolinho de bacalhau. Vale a pena.

Nigella:

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ALELUIA, ELA É GORDINHA! Nada me inspira mais confiança que um chef gordinho: é sinal de que o que ela faz é tão gostoso que ela simplesmente não consegue parar de comer. Ao contrário do Oliver, eu não chamaria a cozinha dela de "sofisticada". Na realidade, é muito comida de gordinho. As coisas são fritas, cheias de molho, recheadas e sempre, SEMPRE, cobertas de queijo roquefort. Até os drinks levam sorvete. E nunca falta uma boa sobremesa, cheinha de chocolate. As receitas de Nigella são verdadeiramente fáceis, fazendo jus ao nome do programa: "Nigella Express". E a chef é linda e simpática, além de extremamente verborrágica; ela não consegue fazer um molho sem passar horas falando sobre sua "gloriosa coloração rosácea", ou exibir um pedaço de brownie sem realçar sua "textura divina".

Tudo que ela faz acaba parecendo delicioso, rápido e prático e sempre agrada aos convidados que aparecem para detonar tudo no final. Às vezes ainda a vemos indo às compras, parando em lojinhas de decoração para comprar forminhas, flores comestíveis ou guarda-chuvinhas, mostrando o quão divertida é a sua comida. Mas a melhor parte é, sem dúvida, o "sketch" de finalização do programa, quando ela surge, de madrugada, e começa a atacar a geladeira sem dó nem piedade. Aí vai frango, curry, amêndoas assadas e cheesecake, tudo junto, direto do pote, gelado mesmo, como todos gostamos de fazer naquele sábado à noite, vendo DVDs de Friends. Nigella é como uma criançona que aprendeu a cozinhar e, por isso mesmo, apela totalmente à nossa criança glutona interior. Super quero ser que nem ela quando eu crescer.

Salvei o melhor para o final: Gordon Ramsay!

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O Ramsay já teve alguns programas no GNT. Na maioria, na realidade, o foco principal definitivamente não é a comida. Eu fui introduzida ao sombrio mundo de Ramsay com o "Hell's Kitchen", um reality show no qual duas equipes competiam diariamente coordenando a cozinha do restaurante do chef. É como uma cruza entre "Top Chef" e "Survivor". E com Idi Amin como apresentador. Esse programa não pode ser considerado de "culinária", uma vez que não tem como intenção ensinar nada. Na realidade, todo o apelo do programa consiste em ver Ramsay tendo seus ataques histéricos, arremessando panelas, gritando palavrões sozinho e reduzindo os participantes a lágrimas. Ramsay não poupa ninguém de seus "comentários": as mulheres são vacas estúpidas e, os homens, molengas inábeis e incompetentes. No começo, eu não conseguia sequer assistir à primeira meia hora, tamanho meu choque com a grosseria do cara. E isso vindo da menina que batizou o carro de "Stálin" e tem o "Mais Perversos da História" como livro de cabeceira. Mas, com o tempo, você se acostuma com a personalidade, ahn, "instável" do chef, e ele começa até a parecer fofo de um jeito meio "ditador intransigente que se nutre da dor e sofrimento alheios". É até meio meigo.

Ele é menos escroto em outros programas: o "The F Word" que, apesar do nome, é bem mais "light" que o Hells e o "Kitchen Nightmares". No primeiro, dividido em várias partes, ele sempre recebe um convidado, com quem compete na realização de um prato comum. Em um episódio, ele competiu com a própria mãe. E ainda ficou puto quando perdeu. Além disso, tem toda uma sequência na qual ele e os filhinhos (sim, it procriates) cuidam e dão um lar e carinho a animaizinhos fofos no quintal de sua casa. Apenas para abatê-los depois. Os animais, não os filhos. O que não é tão melhor, se vocês me perguntarem... E, no "Nightmares", ele oferece ajuda a restaurantes à beira da falência pela Reino Unido, mostrando um lado sensível que eu, particularmente, acho bem entediante. Li em uma entrevista para a Playboy de um chef americano que o temperamento pouco-amigável de Ramsay era apenas encenação para as câmeras, e que ela verdadeiramente um cara legal. Se isso for verdade, ele merece um Emmy.

Encenações (ou não) à parte, ele é um dos chefs mais conceituados do mundo, hiper perfeccionista e, segundo, Joan Collins, "Ramsay is a wonderful chef, just a really second-rate human being" (Ramsay é um ótimo chef, só é um ser humano de segunda classe). Já bateu até polícia no seu restaurante por causa de um conflito com um de seus chefs de sobremesa. Na boa, quem liga pra bondade? Em se tratando de televisão, amigos, e me apropriando do sotaque de nossos amigos cozinheiros: the hotta' the betta'. Com o perdão do trocadilho ;D

 

Poderoso Megazord Entrevista.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
 
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Mineiro de Belo Horizonte, Paulo Gustavo Pereira cresceu assistindo a dezenas de séries consideradas clássicas dentro da pequena história da televisão no Brasil. Formado em jornalismo, escreveu para o Jornal da Tarde, Folha, Estadão e Jornal do Brasil. Hoje é diretor de redação da revista Sci-Fi News, publicação nerd de qualidade com 12 anos de existência.
Na televisão, passou pela Tupi, Globo, Bandeirantes, Record, Manchete e Cultura como assistente de redação, repórter, editor e chefe de reportagem. No SBT, dirigiu as transmissões da Festa do Oscar, a partir de 1994. Repetiu a dose na TNT, direto dos estúdios da emissora em Atlanta/EUA, em 2007. Lançou no primeiro semestre de 2008 o livro Almanaque dos Seriados. Uma verdadeira enciclopédia de séries americanas e nacionais divida por décadas, desde os anos 50 até os 2000. Mesmo com esse currículo impressionante Paulo Gustavo arranjou tempo pra conversar com os autores desse pequeno blog despretensioso e nos concedeu uma divertida entrevista falando sobre nosso assunto favorito: televisão.

Poderoso Megazord: Porque você se decidiu por trabalhar com jornalismo cultural? Foi um interesse constante no tempo de faculdade?
Paulo Gustavo Pereira: Não foi uma decisão formal, dessas que você expressa quando está estudando. Ela veio da forma mais natural possível. Sempre gostei de cinema e televisão. Quando a Bloch Editora lançou a revista Fatos, para concorrer com a Isto É e Veja, um amigo me pediu para escrever um artigo sobre um negócio novo chamado Home Video. Aí, conheci o pessoal da CIC Video e gostei dessa área de mercado de entretenimento. Quando saí do jornalismo diário nos anos 80, foquei para esse segmento e o resto veio naturalmente.

PM: E o interesse maior por televisão? Quando decidiu que era sobre entretenimento que você queria escrever?
PGP: Cinema, televisão e vídeo sempre correram em paralelo para mim. Trabalhei no Jornal do Video, um veículo de mercado, pude unir todos esses segmentos num trabalho só. Escrevia sobre os lançamentos do cinema e que depois estariam em vídeo, o mesmo acontecendo com televisão, se bem que a produção de TV para home vídeo era muito insípida nos anos 80.

PM: Você assiste mais a TV aberta ou a fechada? Quais são suas opções favoritas na programação?
PGP: Nada me tira o prazer de assistir TV, se for obrigado a ver algo na TV Aberta. Ela deixou de ter a personalidade que tinha até o final dos anos 70. Com a total hegemonia da Globo, ficou difícil assistir algo interessante e inovador. Acho que a última coisa interessante que vi foi Armação Ilimitada, do Guel Arraes. Inovadora e com uma pós-produção como se fosse uma história em quadrinho e diálogos maravilhosos. Depois disso, tudo se tornou medíocre e previsível. Nesta mesma época, deixei de assistir novelas por que elas não renovavam em nada o esquema do folhetim. Mergulhei no VHS, que trazia sempre novidades, independente de ter sido exibido no cinema ou não. Hoje, minha “grade” de programação vai de comédias como Justiça Sem Limites, The Big Bang Theory, Monk, Psych; policiais como Lei & Ordem (Unidade de Vítimas Especiais e Crimes Premeditados), The Shield e The Mentalist; suspense como Dexter, Medium, Supernatural; aventura como Smallville; ficção como Galactica, Eureka, Stargate Atlantis; e outras preciosidades como Eli Stone, Breaking Bad, Desperate Housewives, Lost, Heroes, House. E ainda tenho tempo para ver filmes no cinema, curtir a minha filha e ler... Além de jogar basquete três vezes por semana... Ufa...

PM: Como você avalia as novas safras de séries produzidas no exterior nos últimos anos, nos anos 2000?
PGP: É interessante notar que essa evolução das séries, não importando o país por que todo mundo está fazendo trabalhos fantásticos, inclusive o Brasil como as produções da HBO e da Fox (9 mm). Aquele famoso teórico da comunicação Marshall McLuhan disse que a Terra iria se tornar uma Aldeia Global, e estava certo. Hoje com a internet e a comunicação por satélite alcançando praticamente todas as regiões do planeta, o público passou a ter acesso a praticamente tudo. Você pode ver uma série americana ou inglesa minutos depois que ela foi para o ar. Isso fez com que os produtores começassem a trabalhar melhor o conteúdo, com histórias mais ricas em informação. Não significa, é claro, que tudo é uma maravilha. Muitas boas séries acabam morrendo na praia, principalmente nos Estados Unidos, por que o público médio não entendeu a idéia da série, obrigando o canal a cortá-la.

PM: Como surgiu o projeto de escrever o livro Almanaque dos Seriados? Como foi o processo de pesquisa?
PGP: Li um artigo do Dagomir Marquezi, que hoje é colunista da Revista Info. Ele falava sobre um pesquisador americano que escreveu uma enciclopédia de séries e programas de TV americanos. E para ilustrar seu artigo, ele falava também de séries nacionais ou estrangeiras que passaram no Brasil como Nacional Kid e Vigilante Rodoviário. Foi quando me bateu na cabeça a idéia de escrever a versão brasileira dessa enciclopédia. Comecei pesquisando no arquivo do jornal O Estado de São Paulo. Era um trabalho complicado por que não tinha outros livros de pesquisa para me ajudar. Consegui uma cópia do livro americano (TV Series – Vincent Terrace) e fui comparando informações, usando também minha memória para preencher os espaços em branco. Mas seis meses depois não tinha avançado muito e, por diversos motivos acabei parando o trabalho. Retornei nos anos 90, quando tivemos a grata invasão da TV por Assinatura, que inundou a TV com novas séries de todos os tipos. A partir daí, retomei a pesquisa e consegui publicar o livro.

PM: Como é dirigir a redação da Sci-Fi News, que é uma publicação já consolidada entre o público?
PGP: Há mais de dez anos sempre me pergunto isso. A resposta é simples: ela me inspira, me dá caminhos, me dá desafios todos os meses. É um grande prazer saber que no Brasil, existe um segmento de leitores ávidos pelas nossas informações, independente do que acontece hoje na Internet. E espero continuar a contribuir para a consolidação e formação desse segmento enquanto ainda não for abduzido por alienígenas da Galáxia de Andrômeda.

PM: Qual sua opinião sobre as pessoas que falam da televisão até hoje como algo alienante e se referem aos seriados americanos como “enlatados”?
PGP: Isso é besteira. Alienantes são os programas que existem na TV Aberta, onde levam pessoas para mostrar um problema pessoal, que acaba em choro e pancadaria. Isso é a TV de hoje no Brasil. Programas desse nível, junto com aqueles que falam sobre fofocas das celebridades usando fotografias de revistas para ilustrar as pseudo informações que divulgam, são um mal assustador na TV aberta. Estamos vivendo um momento de total mediocridade nessa área. Nada se cria de diferente, programas como Zorra Total tentam ser diferentes, mas copiam bem mal copiado, programas antigos como TV Pirada. Até mesmo o Sai de Baixo, que inicialmente tinha uma proposta bem divertida, de trazer os grandes programas de humor feitos no começo da TV como Balança mais Não Cai e Família Trappo, feitos em teatro e com público ao vivo, virou palco para estrelismos nada contidos de seu elenco, que ficavam mais fora do roteiro do que qualquer outra coisa. Abaixo a mediocridade viva a TV por assinatura.

PM: Como você vê o humor que era feito por protagonistas mulheres antigamente (como I Love Lucy e The Mary Tyler Moore Show) e o humor das séries de hoje como 30 Rock e The Sarah Silverman Program?
PGP: Os programas com protagonistas femininas avançaram muito desde Mary Tyler Moore. Antes, as mulheres eram quem davam o tom da comédia, mostrando que eram inteligentes, mas atrapalhadas ao lidar com os problemas domésticos. Quando essa mesma mulher também mostrou que podia se virar sozinha, as coisas começaram a mudar. Foi assim com Murphy Brown, estrelada por Candice Bergen, que no auge da série, decidiu que queria ter um filho sem ser casada. Foi um choque, mas prevaleceu a vontade da personagem. Assim como aconteceu em Ellen, quando Ellen Degeneres resolveu assumir dentro e fora da série, sua homossexualidade. O importante é que não existe mais esse diferencial dentro e fora de um programa de TV. Sex and the City é outro exemplo. Sendo bom e tendo conteúdo e bom elenco, ele pode ser escrito até mesmo por alienígenas na Galáxia de Andrômeda, que o público vai gostar e prestigiar.

PM: Como você avalia os programas feitos para mulheres hoje, excluindo os clássicos de culinária? O que acha de talk shows do tipo Irritando Fernanda Young e The Ellen DeGeneres Show? Ambos que exploram o humor de suas apresentadoras.
PGP: As chamadas revistas femininas na TV, ainda tem seu componente dirigido para o público feminino, mas também discutem assuntos de interesse geral. Isso é importante por que não existe espaço hoje, para programas feitos para dondocas. Qualquer programa dirigido ao publico feminino que não tiver engajado em algo mais geral, político e social, tem seus dias contados por que ninguém vai ficar na frente da TV só para ver os belos olhos de alguma apresentadora que não sabe desejar um zero sentada.

PM: Qual sua opinião sobre as produções de séries nacionais como A Grande Família e Toma Lá Dá Cá?
PGP: A Grande Família é uma atualização da série dos anos 70, escrita pelo Mario Prata, que por sua vez é uma adaptação da série americana Tudo em Família (All in the Family), estrelada por Caroll O’Connor. Ou seja, funciona mais por causa do talento do elenco do que pelo conteúdo, que não tem nada de inovador. Já a outra é muito ruim para que eu comente alguma coisa.

PM: Você acha que o humor realizado aqui no Brasil é muito politicamente correto? Principalmente quando comparado a humorísticos americanos como o Saturday Night Live e o The Daily Show with Jon Stewart em que sátiras e acusações são feitas abertamente as figuras públicas.
PGP: Veja que coisa curiosa: nos anos 80, quando trabalhava na Record, recebi um VHS com um piloto de programa chamado Video Cassete, onde o pessoal do Cassete e Planeta mostrava o que poderia ser o embrião de um programa de humor inovador. Só que era inovador demais para a época. O que acabou acontecendo é que todos os membros dessa trupe foram parar na TV Pirata, fazendo textos e quadros para o programa. Depois fizeram a cobertura do carnaval carioca em 1990 mostrando o que poderia fazer se tivessem um programa só deles. Em 1992, eles entraram no ar e estão até hoje. É um humor irreverente e criativo? Com certeza. Tem sátira política? Todos os programas, independente do governo que está no poder. E todo mundo gosta? Nem todo mundo entende as sutilezas explícitas do programa. Caso contrário, o resultado das eleições seria completamente diferente.

PM: Existe algum programa humorístico brasileiro que você ache de qualidade, atual ou antigo?
PGP: Tinha o horário político eleitoral. Mas mudaram tanto o formato nos últimos dez anos, que parece mais um programa policial do tipo Procura-se...
 

BFFs

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008
 
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Eu comecei a assistir Friends quando eu tinha dez anos. E nunca mais parei. Diariamente, passar aquela meia hora com Rachel, Ross, Pheebs, Monica, Chandler e Joey é uma rotina religiosamente cumprida. Uma década depois, eu já passei por tanta coisa. Não existe mais em mim nenhuma semelhança com aquele garoto magrela de dez anos (talvez o fato de eu permanecer magrela). A mesma mudança é clara em Friends. Dos cabelos e figurinos às piadas e situações, tudo foi mudando.

Para mim, a série começou a desandar quando a Rachel ficou grávida. Não, na verdade, aquilo não foi nada comparado com o romance esdrúxulo que ela iniciou com Joey. Não poderia haver idéia pior na história do que juntar Rachel e Joey. Triângulos amorosos nunca funcionam em séries de televisão, a não ser em dramalhões mexicanos ou comédias absurdamente escrachadas. Mas mesmo assim a série manteve seu charme, principalmente pela garra daqueles seis atores fantásticos. Aquelas seis primeiras temporadas, a melhor coisa na história da TV, seguraram as pontas até o fim. Aquela última cena, o apartamento de Rachel e Monica completamente vazio, é inesquecível. O fim de uma era.

E parece que a maldição de Friends está começando a existir. Todo mundo já ouviu falar na maldição de Sielfeld, aquela praga que impede os atores de conseguirem fazer algo que dê sucesso de novo. Matt LeBlanc foi o primeiro a se aventurar. Na verdade, a aventura não foi tão exuberante assim, porque o personagem era o mesmo. Para mim, jogar Joey em Las Vegas, longe dos outro cinco, nunca poderia dá certo, mesmo que a série fosse até boa. A Lisa Kudrow foi, nesse quesito, a que mais brilhantemente conseguiu se separar de sua personagem em Friends, quando embarcou em The Comeback, para a HBO, uma fantástica série onde ela interpretava brilhantemente uma atriz em decadência lutando com unhas e dentes para retornar ao topo. Era, ao mesmo tempo, um retrato perspicaz e degradante do sistema de Hollywood e uma divertidíssima crônica da vida de uma atriz com mais de 40 anos. E Lisa estava excepcional em cada segundo de série. Infelizmente, a América ainda não estava pronta para esquecer Pheebs completamente.

Mathew Perry enfrentou o mesmo problema ao encarar Studio 60 on the Sunset Strip, uma série muito boa, mas que não agradou o público americano e acabou cancelada. Foi difícil até para mim ver o eterno Chandler encarar um personagem sério, e Mathew não é ator suficiente para conseguir se desvencilhar por completo daquela imagem. Quem realmente enfrentará esse problema é David Schwimmer, e o pior é que ele realmente acha que tem talento para drama. Até agora não fez nada digno de nota depois de Friends. A Courtney Cox estreou uma série nova, Dirt. Ainda não vi, mas parece ser boa. Resta saber se sobreviverá a maldição Friends. A única que parece estar indo relativamente bem é a Jeniffer Aniston, com alguns sucessos cinematográficos under her belt. Mas acho que caso ela tentasse algo na TV, o destino não seria muito promissor. É a maldição... a maldição.

Mas isso é o de menos. O importante é que esses seis excepcionais atores construíram seis personagens que ultrapassam a barreira televisiva, deixando de serem personagens. Eles podem até nunca mais voltar a fazer algo de sucesso, o que seria uma pena, mas pelo menos estão imortalizados na pele de seis amigos levando a vida em Nova York. Suas confusões, erros, acertos, casos, brigas, beijos, e tudo mais que fizeram durante aqueles dez anos estarão pra sempre aí, e continuarão a divertir e cativar gerações e gerações.
 

Mulheres que escrevem comédia na televisão: antes dos peitos, o cérebro.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008
 
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"Por que as mulheres, que têm todo o mundo masculino a seus pés, não são engraçadas?”. Isso é o que pergunta o jornalista britânico Christopher Hitchens em um artigo entitulado "Porque as mulheres não são engraçadas", feito para a revista americana Vanity Fair. O que Hitchens talvez percebesse, caso se desse ao trabalho de ligar sua televisão, é que essa questão já perdeu o sentido há alguns anos. As mulheres são, sim, engraçadas, e várias delas estão provando isso em uma série de seriados e talk-shows que crescem em progressão geométrica nos Estados Unidos e, aos poucos, em diversos outros lugares do mundo. Inclusive aqui.

Quem nunca ouviu falar de Saturday Night Live, por exemplo? Esse programa humorístico super tradicional nos Estados Unidos teve por muitos anos uma mulher, a talentosíssima Tina Fey, como roteirista-chefe. E não precisamos ir tão longe para achar bons exemplos: quem não lembra de “Os Normais”, com Luiz Fernando Guimarães e Fernanda Torres, que tinha como uma das roteiristas a brasileira Fernanda Young? Claro que, além delas, há ainda muitos outros exemplos: Ellen Degeneres, que apresenta seu próprio talk-show, Chelsea Handler, que possui 2 programas na E!, Sarah Silverman, que escreve sua própria sitcom, e até mesmo as cômicas Heloísa Perissée e Ingrid Guimarães, que conquistaram ambos a televisão e o teatro no Brasil. Todos esses nomes representam uma mudança muito positiva no quadro da produção de comédia televisão, um meio historicamente dominado pela presença masculina.

Não que antes as mulheres não tivessem qualquer participação na televisão – até porque as versões estereotipadas de mulheres sempre fizeram bastante sucesso nos programas de humor mais “afinados” com o gosto masculino - mas, agora, além dos rostos (e seios), uma outra parte do corpo feminino está começando a ser devidamente valorizada: o cérebro. Mulheres como Tina Fey, Sarah Silverman, e Fernanda Young estão sendo cada vez mais aceitas como criadoras de humor. E sua produção cômica, muitas vezes, nada tem de “feminina” e “delicada”. Tampouco seus conteúdos são as “futilidades” geralmente associadas com programas femininos.

“Ninguém vai ficar na frente da TV só para ver os belos olhos de alguma apresentadora que não sabe desejar um zero sentada.”, é o que diz Paulo Gustavo Pereira, escritor do livro “Almanaque de Séries”. Sem dúvidas. E é o que está além dos belos olhos que diferencia radicalmente essas mulheres de suas antecessoras do mundo da comédia. Eis como algumas delas conseguiram marcar seu espaço na televisão e, por vezes, fazer história.


Tina Fey – Talentos múltiplos e reconhecimento global


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Se você vive no século XXI e nunca ouviu falar de Tina Fey, é provável que esteja morando em uma caverna, e sem acesso à eletricidade. Atualmente, essa adorável comediante de óculos está em todo lugar: seja recebendo prêmios na televisão, escrevendo blockbusters no cinema ou fazendo sua aclamada imitação da caricata Sarah Palin - amplamente difundida no youtube. Desde sua grande estréia na televisão como roteirista do programa de humor Saturday Night Live, há onze anos, Tina já ganhou cinco prêmios Emmy, um Globo de Ouro e um prêmio SAG, além de ter se tornado a primeira co-roteirista do SNL e de ter criado sua própria sitcom, a premiada “30 Rock” – já na sua segunda temporada.

Apesar de ter sido alçada para o sucesso com seu trabalho na televisão, Fey começou sua carreira num grupo de teatro de improvisação de Chicago, chamado “Second City”. Foi lá que participou, como atriz, de “Paradigm Lost” - sua primeira montagem teatral premiada. De lá, partiu para uma breve carreira em “stand-up comedy”, uma experiência comum no currículo de quase todos os grandes comediantes norte-americanos. No entanto, foi em 97 que entrou para a equipe de SNL, demorando apenas dois anos para se tornar a primeira roteirista-chefe do programa e, em apenas quatro para ganhar o prêmio “Writers Guild of America” pelo episódio comemorativo de 25 anos da série.

Quem já assistiu a algum episódio de “Saturday Night Live” provavelmente percebeu que “politicamente correto” definitivamente não é um termo que se aplica. As piadas são irônicas e ácidas, especialmente em quadros como o Weekend Update – que Tina escreveu e apresentou por vários anos -, um noticiário falso que satiriza de políticos a celebridades pop, usando e abusando do “humor negro”. Tina Fey tem o sarcasmo e a sátira como marca principal de seu tipo de comédia, que não hesita em criar polêmica. O “30 Rock”, que Tina atualmente produz, roteiriza e estrela, baseando-se em sua experiência com o SNL, lida com estereótipos de programas de televisão – da atriz loiríssima e narcisista ao rapper egocêntrico e de talentos questionáveis. Seu programa é uma crítica contundente, de extrema inteligência e perspicácia, com uma pequena (porém essencial) pitada de insight feminino.


Fernanda Young – Sarcasmo e sutileza

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Uma das melhores representantes brasileira desse tipo de humor feminino é Fernanda Young. A apresentadora do GNT adiciona ao que faz um pouco do seu tempero: “comediar” um pouco de tudo. O assunto? Sexo, trabalho, emoções, casamento, tudo focado na perspectiva feminina do cotidiano e com sarcasmo. Foi assim com os seriados Os Normais e Minha Nada Mole Vida, com o quadro do Fantástico O Super-sincero, com seus textos, publicados pela Revista Cláudia mensalmente, e com seus vários livros.

Sua apresentação já chama atenção. Tatuagens, cortes de cabelo modernos e uma postura crítica que fascinam muitas pessoas e outras... Bem, nem tanto. Enquanto apresentava o Saia Justa, na sua formação original, a caracterização de pessoa arrogante foi criada e espalhada. Ela dizia o que pensava, podendo estar certo ou não, podendo soar engraçado ou não. E ainda faz isso. E, da mesma maneira, muitos ainda não a toleram. Mas suas idéias começaram a fazer sucesso. As brasileiras começaram a gostar, aparentemente, de fazer graça com sua própria vida, cólica, amor, trabalho, filhos... A escritora, roteirista, apresentadora e ocasional atriz estrelou duas vezes “A Idéia”, um monólogo escrito por ela e seu marido, sendo criticada até hoje. Ah, bem, parece ser uma resposta razoável, considerando sua personalidade.

O humor sarcástico e a inteligência de Young permitem comentários maldosos e rápidos, e frases que poderiam confundir um espectador desligado ou que não a conhece. O tom irônico e o timing de suas tiradas ganham ainda mais pontos por tratarem de situações reais, cotidianas. É a efetiva fórmula de dizer o que todos pensam, mas nunca dizem. E chama atenção o fato de uma mulher ter conseguido isso em uma sociedade patriarcal como a nossa.

Claro que não foi da noite para o dia. Demorou, mas ela conseguiu emplacar suas características e combinar com críticas leves à situação política, econômica, social e cultural. A conquista gradual é resultado de outras mulheres terem se arriscado antes nesse meio. Na comédia, era comum ver mulheres apenas como atrizes ou objeto de cena – o que era ainda pior. Agora elas se responsabilizam pelo roteiro. Extravasam suas angústias e pensamentos circulares, longos e confusos para homens, mas completamente entendíveis para mulheres.

Há duas temporadas, Young conversa com músicos, atores e atrizes e diretores em seu talk showIrritando Fernanda Young,” que é exibido pelo canal GNT nas terças, às 22:00.


Sarah Silverman – Humor “de macho” :

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A comediante norte-americana Sarah Silverman, que atualmente estrela e produz o “Sarah Silverman Program” (exibido pelo canal Sony, no Brasil), é um exemplo daquela mulher que nunca teve medo de se enturmar com os garotos. Essa atriz de 38 anos é conhecida como uma das mais ultrajantes comediantes da televisão americana, fazendo um humor – com o perdão da palavra - “de macho”. Silverman, assim como Fey, já participou como escritora e atriz no programa Saturday Night Live, mas foi demitida após uma única temporada por não ter conseguido emplacar nenhum de seus quadros. A demissão precoce, segundo um colega, ocorreu porque Sarah tinha uma “voz muito própria”, o que lhe foi muito útil posteriormente, tanto em seu programa quanto em suas performances de comédia stand-up – ambos controversos.

A comediante não hesita em quebrar tabus, abordando temas como racismo, religião e sexo, ou, até mesmo, todos os temas juntos, como no episódio em que vai para a cama com deus – que, aliás, é negro – e tenta dispensá-lo depois. A destemida comediante também fez uma aparição no documentário “Os aristocratas”, na qual diversos comediantes, na maioria homens, tentam contar a piada mais suja do mundo. Mas é Sarah quem consegue se sair melhor nessa asquerosa tentativa.


Lucy e Mary, ícones televisivos sem autoria própria:

Lucille Ball e seu marido na série e vida real.
Em 1951, a rede CBS decidiu transportar do rádio para a televisão a idéia do que seria um programa de grande sucesso: o I Love Lucy. A série, protagonizada por Lucille Ball e seu marido, Desi Arnaz, mostrava o dia-a-dia de Lucy, uma atrapalhada dona-de-casa e Ricky Ricardo, seu marido, em seu apartamento em Nova York. “I Love Lucy” foi, antes de tudo, um grande marco na história televisiva, praticamente criando o termo sitcom (situation comedy / comédia de situação), que se consolidou, dando origem a uma longa lista de séries que são produzidas nesse mesmo modelo até hoje.

Da produtora de Lucille, a Daslu, também saiu outra série emblemática da época: o “The Mary Tyler Moore Show” (1970), estrelando a personagem Mary Richards, outro ícone televisivo. A sitcom de Moore inovou por trazer uma protagonista totalmente diferente das que habitavam as telas da época: uma mulher solteira e bem-sucedida profissionalmente. “Os programas com protagonistas femininas avançaram muito desde Mary Tyler Moore. Antes, as mulheres eram quem davam o tom da comédia, mostrando que eram inteligentes, mas atrapalhadas ao lidar com os problemas domésticos. Quando essa mesma mulher também mostrou que podia se virar sozinha, as coisas começaram a mudar.”, analisa Paulo Gustavo Pereira.

Atualmente, considera-se que essas duas mulheres são verdadeiras lendas da história das comédias televisivas, o que, devido à marca que deixaram no próprio modo de se fazer televisão nos Estados Unidos, não pode ser negado. No entanto, nenhuma das duas possuía um papel ativo na produção e redação de seus programas, limitando-se a reproduzir, ainda que com excelência, papéis escritos em uma redação formada majoritariamente por homens. Sendo “majoritariamente” a palavra de ordem, pois há uma mulher que realmente se destacou nesse contexto.

Talvez o grande nome esquecido por muitos na produção de “I Love Lucy”, e que vale aqui ao menos uma menção, é Madelyn Pugh, roteirista nascida em 1921 que, juntamente com seu parceiro Bob Carrol Jr, escreveu mais de 400 programas de televisão e 500 no rádio. A dupla trabalhava com Lucille Ball em seu programa de rádio e foi levada para a TV no momento do convite da CBS. Nos anos 50 Pugh era a única “girl writer” nas salas de roteiristas que freqüentava, e estava sempre junto de Carrol. Ela é realmente uma pioneira, que abriu caminho para as mulheres na televisão, mas ainda assim com uma autoria dividida com seu parceiro. Em 2005, Madelyn lançou uma autobiografia chamada “Laughing with Lucy” (Rindo com a Lucy) contando toda a sua trajetória pelo mundo dos roteiros.


Madelyn Pugh com Lucille

Madelyn, apesar de não ter recebido o merecido reconhecimento do público por seu papel inovador, deixou como legado uma legião de mulheres prontas para preencher seus escarpins na televisão. E desculpe-me, senhor Hitchens, mas acho que essas cômicas e talentosas mulheres vieram para ficar.

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Vídeos para vocês tirarem suas próprias conclusões:


Fernanda Young: http://br.youtube.com/watch?v=gxo_qQduEwQ – Entrevista com Fernanda Torres
Sarah Silverman: http://br.youtube.com/watch?v=hf2bwYC4w2M&feature=related Aberturas de “Sarah Silverman Program”
Tina Fey: http://br.youtube.com/watch?v=FdDqSvJ6aHc Como Sarah Palin
I Love Lucy: http://br.youtube.com/watch?v=VTddjW7B1qk Abertura e cena de um episódio da 1ª temporada (1952)
 

Uma Big Surpresa para poucos, talvez...

terça-feira, 25 de novembro de 2008
 
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D

e maneira surpreendente, a série The Big Bang Theory se tornou um dos maiores sucessos no Brasil. “Surpreendente” porque a série, transmitida pelo canal Warner Chanel (canal 44 na SKY e 47 na NET) todas às terças, às 20h, trata do universo de 4 amigos nerds e uma vizinha loira e gostosa.

Não adianta pensar que ela poderia ser o centro das atenções masculinas. Geralmente, suas falas mais engraçadas são simplesmente resmungos diante de uma grande observação feita pelo “quarteto fantástico”. Não entendendo o que eles estão falando ou achando estranho o que eles estão fazendo, ela seria o alter-ego de meros mortais que não entendem absolutamente nada sobre Física, Química ou qualquer informação contida numa revista científica. Ou seja, faz bem o seu papel de gostosa.

Os nerds conseguem ser o melhor de tudo – incrível se pensarmos que muitas falas do diálogo são, digamos, de difícil assimilação geral. Eles usam internet para jogar RPG com japoneses, programam carrinhos – que também podem ser controlados por japoneses –, conhecem toda a vida do Homem-de-aço e fazem “viradões”, ou seja, viram a noite jogando videogame, seguindo um regulamento de campeonato seríssimo.

Cada nerd tem um jeito. Temos: Wolowitz, judeu baixinho e magrinho que, além de nerd, acredita ser um conquistador nato (not!); Koothrappali (ou Koothra, para os mais normais), indiano que não consegue falar com mulheres - só quando bebidas alcoólicas estão envolvidas; Sheldon, o mais nerd de todos, o mais neurótico com horários, que não entende uma só situação fora do mundo da física quântica, sempre com roupinhas nerds e um controle emocional incrível; e, por fim, Leonard, também físico que não entendia nada sobre o mundo real, mas que se apaixona pela vizinha gostosa, Penny, e quer passar a entendê-lo.
Premissa totalmente básica para uma série divertida e genial (sem querer fazer trocadilhos), criada pelos mesmo caras de Two and a half man – também engraçada, mas com um humor bem mais fácil, afinal, a história gira em torno de um pegador profissional, seu irmão solteirão e enrolado e seu sobrinho pré-adolescente e gordinho.

Mantendo o foco, a série é ótima desde a entrada (vejam o vídeo abaixo) e faz nos sentirmos bem por termos o mínimo de vida social e por nos divertir com inteligência. Não é de se negar que mereceu uma nova temporada.

 
 
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